Encontro Internacional de Literaturas em Língua Portuguesa
OS CONVIDADOS INTERNACIONAIS

A angolana Ana Paula Ribeiro Tavares publicou seu primeiro livro de poesias, "Ritos de Passagem", em 1985, pela União dos Escritores Angolanos. Mestre em literaturas africanas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a autora vem atuando em várias atividades ligadas à literatura e à história africana. Foi membro do júri do Prêmio Nacional de Literatura de Angola nos anos de 1988 a 1990 e responsável pelo Gabinete de Investigação do Centro Nacional de Documentação e Investigação Histórica, em Luanda, de 1983 a 1985.

O último livro de poemas da escritora é "O Lago da Lua", da Editora Caminho, publicado em 1999. Naquele mesmo ano, Ana Paula Tavares publicou vários estudos sobre a história de Angola na revista "Fontes & Estudos", de Luanda.


A belga Irène Koenders é considerada uma das mais importantes tradutoras de língua portuguesa no mundo. Formada em Língua Portuguesa pela Escola Superior de Intérpretes e Tradutores, em Bruxelas, e em Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Louvain la Neuve, ela trabalha como tradutora literária, agente literária e crítica literária do jornal belga De Standaard.

Entre os escritores brasileiros que já traduziu para o neerlandês destaca-se Lygia Bojunga Nunes, com os livros "A Bolsa Amarela" – De gele tas; "Nós Três – Wij drietjes; e "O meu Amigo Pintor" – Mijn Vriend de Schilder. Outras traduções são "A Colher na boca" – De lepel in de mond, de Herberto Helder; e "O Dia dos Prodígios" – De dag der wonderen, de Lídia Jorge. Além de tradutora, Irène Koenders é conselheira de várias editoras, como a francesa Eulina Carvalho e as dos Países Baixos, Sun e Querido.


O guineense Leopoldo Amado é autor de vários estudos sobre a Literatura da Guiné Bissau, publicados na revista "Soronda", do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa. Escreveu também artigos sobre a literatura colonial de seu país, publicados na extinta revista "Angolê – Artes & Letras", de Lisboa, entre 1986 e 1989.

Mestre em Estudos Africanos pelo Instituto de Ciências Políticas e Sociais de Lisboa, Amado é vice-presidente e coordenador de Projetos da Liga Guineense dos Direitos Humanos e consultor de organizações não-governamentais e organismos internacionais, como Unicef e Anistia Internacional.


O Cônsul-Geral de Portugal no Rio de Janeiro, Luís Filipe Castro Mendes, é poeta desde os 15 anos. Nascido em Idanha-a-Nova, o autor publicava poemas no suplemento juvenil do Diário de Lisboa, ainda adolescente. Aos 23 anos, lançou sua primeira coletânea "Recados", obra em que se impõem duas das mais marcantes características da sua poesia: o tratamento de formas poéticas tradicionais e a intertextualidade, com referência a vários escritores, como Emily Dickinson, Rilke, Nietszche, Jorge Luís Borges e Rimbaud.

O seu primeiro prêmio de poesia foi conquistado em 1985, com "Seis Elegias e Outros Poemas", oferecido pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras de Porto. Em 1984, Luís Filipe Castro Mendes estreou em obras de ficção com "Areias Escuras" e, em 1995, ganhou o prêmio Pen Club de Ficção, com "Correspondência Secreta". Esse livro é constituído por uma montagem de narrativas sobre a vida de várias figuras da história e cultura portuguesas do século XVIII.


O escritor angolano Manuel Rui é formado em Direito pela Universidade de Portugal e participa diretamente da vida cultural e política de Angola. Professor de Literatura, jurista, cronista na imprensa e colaborador em programas de rádio e no cinema, Manuel Rui publicou "Crônica de um Mujimbo", "Quem me dera ser onda", "1 Morto os Vivos", "Rioseco" e "Da palma da mão".


A guineense Maria Domingas Tavares Pinto participa ativamente de conferências sobre direitos humanos e literatura em todo o mundo. Formada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade Clássica de Lisboa, foi responsável pelo dossiê de Cooperação entre os Estados Unidos e Guiné Bissau, em 1990, e secretária Geral da Comissão Nacional da Unesco, em 1992.

Em 1993, participou do Salão do Livro do Canadá, no Colóquio Literário África – Ocidente; e em 1995, foi convidada para a Conferência Mundial sobre as Mulheres, na China. Este ano, participou do Encontro Direitos Humanos e Prevenção de Conflitos, realizado em Lisboa.


A portuguesa Maria José Garcia Sottomayor Rosa da Silva é especialista em literatura infanto-juvenil. Autora de artigos e críticas publicados em jornais e revistas portuguesas e estrangeiras sobre a literatura para a criança e o jovem, ela já realizou trabalhos de sensibilização para a importância do livro infantil e juvenil no Ministério de Educação, Escolas Superiores de Educação, Sindicatos de Professores, Câmaras Municipais, Bibliotecas e Associações de Profissionais de Educadores de Infância e Associações de Pais, em Portugal.

Há 19 anos, Maria José Sottomayor é membro do Comitê Internacional da Bienal de Bratislava (Eslováquia). Durante três anos, foi membro do Júri Internacional do Prêmio "Octogone – Prix Graphiques", na França.


Assessor de Imprensa do Presidente da República de Angola, o angolano José Manuel Feio Mena Abrantes é jornalista, diretor, ator e escritor. Publicou a ficção "O Gravador de ilusões", pela editora Nzila, e prepara o lançamento de "Na Curva do cão morto".

As atividades ligadas ao teatro começaram em 1967, como ator em o "Barbeiro de Sevilha", sob direção de Luís de Lima. Desde 1988, Mena Abrantes é diretor e encenador do grupo Elinga-Teatro, de Portugal. Em 1995, participou do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Fitei), com a peça "O Pássaro e a Morte", em que assina a direção e o texto.

Como jornalista, foi diretor-geral da Agência Angola Press, entre 1982 e 1984, e chefe do setor de Informação e Divulgação da Cinemateca Nacional, entre 1985 e 1987.


O escritor angolano Artur Pestana tem seus livros publicados em 13 idiomas: alemão, inglês, francês, espanhol, italiano, sueco, finlandês, japonês, servo-croata, búlgaro, russo, ucraniano e basco. Autor da fábula para todas as idades "A Montanha da Água Lilás", publicada neste ano, e do romance juvenil "As aventuras de Ngunga", de 1973, Artur Pestana é conhecido como Pepetela.

Esse pseudônimo literário foi adotado em 1969, quando o escritor participou ativamente da luta pela libertação de Angola, como guerrilheiro e responsável pelo setor de educação, no município de Cabinda. De 1976 a 1982, foi vice-ministro da Educação, passando posteriormente a lecionar Sociologia na Universidade de Luanda. Hoje, é presidente da Assembléia Geral da União de Escritores Angolanos.

Pepetela foi premiado várias vezes pelas suas obras. Em 1980, ganhou o prêmio Nacional de Literatura pelo livro "Mayombe"; e em 1985, a obra "Yaka" conquistou o mesmo prêmio. No Brasil, recebeu o prêmio especial dos críticos de São Paulo, em 1993, pelo "A Geração da Utopia". E pelo conjunto da obra, conquistou o prêmio Camões, em 1997, e o holandês Prinz Clus, em 1999.


Doutor em Literaturas Africanas pela Universidade de Coimbra, o português Pires Laranjeira colabora, desde 1965, em publicações de Portugal, Angola, Brasil, Espanha, França, Cabo Verde, Moçambique, Itália, Canadá, Estados Unidos, Áustria e Alemanha. Professor de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Faculdade de Letras de Coimbra, escreveu prefácios de vários escritores, incluindo os africanos Mia Couto, Inocência Mata, João Melo e J.A.S. Lopito Feijóo K..

Coordenador do Núcleo Girafa (Grupo Informal de Investigação e Reconhecimento da África Antiga e Atual), com sede em Coimbra, Pires Laranjeira leciona também em um seminário sobre Políticas e Estratégias para a Língua e a Cultura Portuguesas, no Mestrado de Relações Interculturais da Universidade Aberta. Entre os estudos e antologias publicadas, destacam-se "A Negritude Africana de Língua Portuguesa", "De letra em Riste, Ensaios de Literaturas Africanas" e "Antologia da Poesia Pré-angolana".


O primeiro romance publicado pela portuguesa Teolinda Gersão, "O Silêncio", foi saudado pela crítica de seu país. Natural de Coimbra, a escritora publicou seu segundo livro logo em seguida: "Paisagem com Mulher e Mar ao Fundo", de 1982, em que retrata uma sociedade sufocada pela censura e exausta por uma guerra colonial injusta.

Outras formas de opressão social e mental são os temas de "O Cavalo de Sol", de 1989, e de "A Casa da Cabeça de Cavalo", de 1995. Essa obra recebeu, no mesmo ano da publicação, o Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores.

Em 1999, Teolinda Gersão publicou "Os Teclados", novela que tematiza pontos de contato entre a literatura e a música e o lugar precário do artista, num mundo que se converteu em mercado. Este ano, a escritora lançou a narrativa "Os Anjos". Esses dois últimos livros estão sendo adaptados para o teatro e deverão ser encenados a partir de janeiro de 2001.


A escritora Vera Duarte, nascida em Cabo Verde, é colaboradora de vários jornais e revistas literárias nacionais e estrangeiras. Formada em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, publicou o livro de poemas "Amanhã Amadrugada". A autora prepara o lançamento de seu primeiro romance, "A Candidata", e o segundo livro de poemas, "O Arquipélago da Paixão".

Conselheira do Presidente da República de Cabo Verde, Vera Duarte é vice-presidente da Mesa Assembléia de Associação de Escritores e membro do Comitê Executivo da Comissão Internacional de Juristas.


CONVIDADOS BRASILEIROS |