Hélio Ribeiro Rocha

Graduação em Medicina (UFMG), Residência em Clínica Médica (Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais), especialização em Homeopatia (Instituto Mineiro de Homeopatia), Especialização em Nutrição Humana (PUC-Minas), Título de Especialista em Homeopatia (Convênio Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Associação Médica Homeopática Brasileira), PBH: ingresso, via concurso público, na especialidade de Clínica Médica (1996), tendo trabalhado nos Centros de Saúde Vila Leonina e Havaí (Regional Oeste), optando pela especialidade de Homeopatia (2004), via novo concurso público, trabalhando atualmente no Centro de Saúde Padre Tarcísio (antigo Centro de Saúde Nossa Senhora da Conceição), situado no Distrito Sanitário Centro-Sul.

Passei a me interessar por Homeopatia, após alguns anos do exercício da Clínica Médica, quando me defrontava com situações em que, mesmo tendo utilizado os recursos terapêuticos de que dispunha, não conseguia proporcionar aos pacientes o alívio que os mesmos procuravam, ainda que eles estivessem medicados em conformidade com a boa prática alopática.
A sensação que me ficava, reforçada pelos retornos periódicos ao ambulatórios dos pacientes, em uso das medicações prescritas, era a de que faltava algo, no que era corroborado pela manutenção das queixas daqueles a quem me cabia atender, sem que nenhum de nós soubesse precisamente aquilo de que carecíamos. Aliviava-se temporariamente a lombalgia, através do antiinflamatório disponível, mas permaneciam a angústia e a inquietação associadas ao quadro. Conseguia-se a manutenção dos níveis pressóricos em cifras tensionais adequadas, à custa de mono ou politerapia medicamentosas, sem contudo lograr-se o controle da irascibilidade e da irritabilidade apresentadas pelo seu portador. As noites em claro rendiam-se à ação hipnótica dos ansiolíticos, sem prejuízo da ansiedade e da tristeza que seus usuários externavam durante o dia. Parecia-me claro que, não obstante fosse alcançada a solução parcial dos incômodos daqueles que me procuravam, também não era menos certo que acabávamos por compartilhar de uma certa frustração, posto que não conseguíamos ir além dos limites estabelecidos pela metabolização orgânica do composto químico prescrito, dentro de sua área de atuação restrita.
O contato com a homeopatia, com as sua visão abrangente e peculiar do processo de adoecimento, na medida em que leva em conta a totalidade do ser doente, em oposição ao tradicional conceito de que o ser adoece apenas em parcelas de seu corpo, com a conseqüente busca equivocada de um tratamento para as partes adoecidas, permitiu-me uma ampliação benéfica de meus horizontes profissionais, passando a enxergar, antes mesmo da doença física, o ser humano que adoeceu, verdadeiro objeto da prática médica a ser exercida.
Uma vez ampliado o conceito do que é digno de ser tratado o paciente enfermo e não apenas a manifestação física de sua enfermidade mais humanizado e gratificante se torna o processo terapêutico, posto que procuraremos nos medicamentos a nossa disposição aqueles que melhor se assemelhem ao quadro global de sofrimento do ser que enferma, levando-se em consideração não apenas as lesões físicas porventura existentes, mas também as características mentais do enfermo, bem como as possíveis influências causadas no processo de enfermar-se pelas circunstâncias do meio em que o paciente se insere, tanto físico como social.
Os medicamentos homeopáticos, com sua extraordinária riqueza de sintomas físicos e mentais, suscitada pela experimentação no homem são, secundam-nos nesta tarefa de restaurar não apenas a saúde do paciente, mas também a sua dignidade, que vinha sendo perdida pelo tecnicismo exagerado de nossa época. Após a prática da Homeopatia, posso dizer que tenho me tornado a cada dia mais humano, não apenas em minha prática médica como pessoal, já tenho podido auxiliar melhor a aqueles pacientes que buscam tratamento, porque passei a tratar deles, e não apenas de suas enfermidades.