Titulo: Autor: Cargo: |
REGISTRO E A REFLEXÃO DO EDUCADOR Madalena Freire Weffort |
Resumo:
Escrever com sangue, dor e prazer é falar do que corre em nossas veias. Falar de amor, ódio, sonho. (1) Ousar colocar, socializar para o outro, o que pensamos, somos, dói, " a dor é prova de existência "(2) " A dor retrata a prova de existência ". "Não nos cabe fugir dela, e sim enfrentá'la para a construção do prazer, do conhecimento de nos mesmos, do outro, da realidade.(3)
Para isso é necessário conversar, dialogar com ela para que busquemos saídas, caminhos de enfrentamento no processo do conhecimento, junto com o outro. Buscar conversar, tocar, no outro, na sua ferida (?) faz parte da busca de comunicação. "Minhas palavras são extensões do meu corpo, meus membros se apoiam nelas (,,,)quem toca em uma das minhas palavras é como se tocasse na menina dos meus olhos (,,,) as palavras, podem matar(4) ou fazer nascer, desvelar revelar o nascimento do outro para mim."
A marca única, genuína (sagrada) do autor emerge dessas busca de si mesmo contaminada do outro, na palavra. Dessa maneira quando escrevemos, não buscamos somente respostas únicas, mas sim essencialmente PERGUNTAMOS. Permanente inquietação de ser vivo, que nos remete a nós mesmos e a essência de nossa existência.
Por tudo isso, escrever é muito difícil. Compromete mais que falar. Escrever deixa marca, registra pensamento, sonho, desejo de morte e de vida. Escrever dá muito trabalho porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a si, o mundo. Envolve, exige, exercício disciplinado de persistência, resistência, insistência, na busca do texto verdadeiro, aquele que "o homem escrever como seu próprio sangue".
De tudo que está escrito,
eu amo somente aquilo que o homem escrever
com o seu próprio sangue
NIETZSCHE