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Fábio
Zimbres |
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Fábio
Zimbres começou a trabalhar na Folha de S. Paulo no ano passado,
através de um desses concursos de tiras, charge e ilustração
que o jornal faz de vez em quando. A tira é entitulada de Vida
Boa, mas o protagonista só se dá mal (ou pensa que se
dá mal), refletindo algumas coisas que o autor pensa e vê
ao seu redor. E ela é suficientemente aberta para ir se modificando
aos poucos e ir incluindo outros tipos de sentimento. Lida em seqüência
dá pra perceber que o personagem passa por muitas experiências
e sentimentos conflitantes. Apenas no começo, Zimbres achou
interessante seguir uma linha de pensamento para que as pessoas reconhecessem
um pouco qual era a idéia da tira antes de ele sair, mudando
muito radicalmente.
Seus quadrinhos já foram classificados como existencialistas
(por causa das considerações filosóficas que
sempre rondam os personagens) e até de surrealistas (por causa
de copos falantes e outras sacadas do gênero). Porém,
segundo o próprio Zimbres, ele não colocou o copo falando
porque faz uma obra surrealista, mas porque achou que cabia fazer
um copo falante. "Existe uma lógica interna que explica
porque os personagens falam daquela maneira e porque objetos domésticos
podem falar. Como classificar isto eu deixo pros outros", afirma.
O traço de Vida Boa é o desenho mais simples de Zimbres
e o que ele gosta de fazer quando está à toa. Dessa
maneira, o desenho também é suficientemente aberto para
que o artista possa variar um pouco, de acordo com seu estado de espírito.
Por outro lado, ele pode até ser visto como em sintonia com
o tema porque o desenho sugere uma anotação e muitas
das coisas que se passam com o personagem são como anotações
de pensamentos fugazes. |
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