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"Música de Domingo" mescla instrumentos acústicos e sons gerados por computador
No concerto, Sílvio Ferraz será acompanhado pelo flautista Felipe Amorim (professor da Fundação de Educação Artística e da UFOP), o percussionista Fernando Rocha (diretor do Grupo de Percussão da UFMG) e a violinista paulista Eliane Tokeshi. O repertório, mescla as composições de Silvio "Poucas Linhas de Ana Cristina (clarinete e max), "Ritornelo" (flauta e percussão) e "Mesmo se tudo voltasse ao mesmo tempo (violino e max), com músicas de autoria dos mineiros Sérgio Freire "Peça para percussão e meios eletroacústicos" e Rogério Vasconcelos "A atra praia de Saturno" (flauta e meios eletroacústicos),e a peça do argentino Dante Grela "Mixturas" (violino, clarinete, saxofone e meios eletroacústico).

O ponto comum entre as obras é a pesquisa das possibilidades de interação entre instrumentos acústicos e sons gerados em computador. Além disso, algumas as peças de Sílvio Ferraz trabalham com o software MAX, desenvolvido pelo instituto francês IRCAM. Este programa permite a alteração dos sons acústicos gerados por um instrumento tradicional em tempo real. Nas palavras de Sílvio Ferraz "as peças apresentadas neste concerto têm em comum a idéia de ressonâncias estranhas. Como se os instrumentos ressoassem em lugares estranhos a toda hora remoldados.

Segundo o instrumentista, é uma ressonância, que pode ser eletroacústica, realizada com auxílio de dispositivos digitais de tratamento de áudio em tempo real, ou acústica, resultado da interação entre os instrumentos: a percussão que ressoa na flauta, que por sua vez é deformada pelos ataques da percussão. A sua peça Ritornelo, por exemplo, foi composta como um jogo de machetaria, primeiro um trecho curto de dois compasso que vão se desdobrando, repetindo, ampliando, lido de trás pra frente, recebendo pequenas incrustações. Outras idéias são pouco a pouco colada às primeiras notas da flauta, a peça toda segue este jogo, um exercício de escritura de sonoridades. Já em "Mesmo se tudo voltasse ao mesmo tempo", o músico parte de incrustações
de uma peça antiga para dar-lhe nova roupagem. Fragmentos de violino da peça Janelas no espelho d'àgua, composta em 1995, foi repetida e deformada, a partir de rascunho de outra composição mais antiga, Anel Anemic de 1979. Tudo ganha um tratamento acústico e digital em tempo real, o resultado são amostras deformadas sobrepostas, multiplicando o violino, fazendo aparecer outros instrumentos menos constantes e conhecidos.

O músico Sérgio Ferraz estudou composição na USP com Willy Correa de Oliveira e Gilberto Mendes, representantes da Música Nova na São Paulo dos anos 70. Depois de muitas pesquisas e mudanças de tendências, participa dos seminários de composição da Fondation Royaumont e da Académie d'Été do IRCAM, nos quais teve oportunidade de moldar seu estilo, ao trabalhar composições suas com os músicos Brian Ferneyhough, Gerard Grisey e Jonathan Harvey.

Desde 1985, o músico vem participando dos principais festivais brasileiros de música contemporânea, sobretudo o Festival Música Nova e a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, tendo atuado também de eventos musicais em Paris e Nova York Sílvio Ferraz tem algumas de suas obras registradas em Cds dos grupos Novo Horizonte, Duo Contexto de Percussão e The Smith Quartet (Inglaterra). Obteve o 1º lugar nos concursos Ritmo Som (1990), Nacional de Composição para Contrabaixo (1991), ambos providos pelo Instituto de Artes da UNESP, e o 2º lugar do Concurso de Música Criativa, promovido pelo Festival de Inverno de Londrina. Sílvio Ferraz defendeu mestrado em Música na USP em 1991, que resultou no livro "Música e Repetição: aspectos da questão da diferença na música contemporânea, publicado pela Educ/Fapesp.

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